No ano anterior, o Glorioso tinha um ótimo time, que contava com jogadores de nome da época. Mas a não-conquista do Brasileirão de 92 custou muito caro: renúncia do presidente bicheiro Emil Pinheiro, desmanche do time e uma profunda crise no clube.
Em 1993, montou-se um time fraco, formado por jogadores desconhecidos de todos na época. Perivaldo, Clei, Suélio, Sinval e Eliel eram alguns desses jogadores.
Aí veio a Copa Conmebol. Pelo vice-campeonato do Brasileirão de 1992, o BOTAFOGO ganhou o direito de disputar esse torneio junto com o Atlético-MG (havia vencido a edição de 1992), Vasco (3° lugar do Brasileirão 92), Bragantino (4° lugar do Brasileirão 92) e Fluminense (vice-campeão da Copa do Brasil de 92). Ou seja, os melhores times do Brasil de 1992.
O torneio também contou com times de todos os países da América do Sul, classificados de maneiras semelhantes aos do Brasil, ou seja, sempre os melhores de seus países. Times como San Lorenzo, Colo-Colo, Peñarol e Emelec disputaram o torneio. Foi a primeira competição sul-americana com moldes da antiga Copa da UEFA, hoje chamada Liga Europa. Também é o embrião da atual Copa Sul-Americana.
O Fluminense foi eliminado na primeira fase pelo Atlético-MG, perdendo uma chance de conquistar um título internacional (que até hoje não conquistou). O Vasco também foi eliminado na primeira fase, pelo Colo-Colo do Chile.
Com aquele time fraco mas que esbanjava raça, o BOTAFOGO despachou Bragantino, Caracas-VEN, Atlético-MG antes de chegar à final.
No dia 29/09/1993, a final foi disputada contra o tradicional Peñarol-URU. Depois de um empate de 1 a 1 em Montevidéo no jogo de ida, o Glorioso enfrentou o time uruguaio diante de mais 50 mil alvinegros no Maracanã.
Foram colocados 25 mil ingressos à venda para este jogo, que rapidamente foram esgostados. Milhares de botafoguenses ficaram sem ingressos do lado de fora do estádio e por medida de segurança, a diretoria abriu os portões.
O time que entrou em campo para a final: William; Perivaldo, Andre, Claudio e Clei (Eliomar); Nelson, Suelio, Alessio (Marco Paulo), Marcelo; Sinval, Eliel.
Foi um jogo emocionante, bem ao estilo sul-americano, com muita catimba e a porrada comendo solta em campo. O Peñarol saiu na frente no placar, mas o Glorioso logo empatou e virou o jogo.
Aos 45 minutos do 2° tempo os uruguaios empataram - 2 a 2. Veio logo o pensamento: “tem coisas que só acontecem ao BOTAFOGO…” – Mas o destino nos reservou coisa muito melhor!
Na disputa por pênaltis o Glorioso levou a melhor! Vencemos por 3 a 1 nas penalidades e o BOTAFOGO se tornou campeão da Copa Conmebol, seu 1° título internacional.
Delírio no Maraca!
Festa no Mourisco Mar (a sede de General Severiano ainda estava fechada)!
Muitos desdenham esse torneio, inventando que os times jogaram com times revervas ou que não haviam equipes competitivas no torneio. Sugiro que “os entendidos” estudem melhor o assunto.

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