Camisas do Fogão em 12 vezes sem juros.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

meninos x Homens

 O estádio de futebol é um lugar especial. Sob o olhar atento de milhares de espectadores, uma disputa esportiva e ideológica ocorre. Os jogadores, quando pisam no gramado, se transformam. Ninguém mais é rico ou pobre. Feio, ou bonito. Simpático ou marrento. Nem raça mais nós tempos. Tanto que, quando algum torcedor racista tenta introduzir suas atitudes irracionais em meio ao jogo, até nos assustamos. O jogador se torna uma peça. O camisa 9, 10, ou qualquer que for o seu número. 
     
     Há quem dia que a dinâmica social do futebol é perfeita. Ele é um instrumento de inclusão. Ao ignorar diferenças e tornar todos peças de um esquema, a justiça é aplicada. Mas como o futebol ainda é uma criação humana, ele também segrega. Alguns separam os habilidosos dos pernas de pau. Outros preferem eleger vilões e heróis. Na minha humilde opinião, o futebol separa os meninos dos homens. Tanto no campo quanto na arquibancada.
     
     Hoje, o Botafogo perdeu uma partida para o figueirense. E só. Não tentem achar o Apocalipse onde ele não existe. Se existem vitórias gloriosas, existem derrotas amargas. Nosso time foi superior. Criamos oportunidades, jogamos para a frente, mesmo na casa do adversário. Eles acharam dois gols, e se fecharam para sempre. Resultado: Não fizemos os gols, e perdemos. Detalhe? Não, derrota. Perdemos como Homens. Eles ganharam como meninos
     
     Como lidar com a derrota? Nunca é fácil responder a essa questão, tanto na teoria quanto na prática. Ninguém gosta de perder: afinal, somos humanos. Podemos espernear, apontar culpados de forma instantânea. Podemos jogar tudo fora nesse momento, e esperar que alguém venha e conserte para a gente. É a solução mais fácil. Ou podemos escolher o caminho mais difícil. Podemos refletir cuidadosamente no que aprendemos com essa derrota. Podemos ajudar o time a se reconstruir, com nosso apoio a esses jogadores. Podemos vestir a camisa e mostrar que enquanto tiverem milhões aqui, torcendo, aqueles 11 tem motivos de sobra para lutar.

     Isso é futebol. Durante 90 minutos, entramos em outra dimensão. Lutamos junto com os jogadores. Vibramos com eles, choramos com eles. Quer dizer, devemos fazer isso com os que merecem. Alguns preferem usar a nossa camisa como um simples uniforme de trabalho. Outros usam a nossa camisa como segunda pele. E é com esses homens que devemos nos identificar, e chamar de ídolos. 

     Os covardes que me desculpem, mas Atitude é fundamental. Quem tem, vibra, torce, cai, se levanta e vibra de novo. Quem não tem, prefere invejar os outros.
     E aí, para qual time nós torcemos mesmo?




post de @luklab
E-mail Del.ici.ous BlogThis! Technorati Compartilhe no Twitter StumbleUpon Compartilhar no Facebook Promova este post no orkut Share to Google Buzz

1 comentários:

Elena Wesley disse...

Uau! Mais um texto fenomenal. Pena que o resultado da partida não corresponde.
Eu sinceramente terei que discordar de que nosso time foi melhor. No papel e na campanha o Botafogo é muito superior. Mas não pode finalizar tão pouco em 90 minutos, tampouco tomar um gol ridículo como aquele. Jefferson saiu mal, mas é claro que não irei cornetá-lo. Isso acontece. Ele é uma muralha, goleiro de seleção, experiente e bla bla bla

E nem me deixo levar pelo discurso medíocre do nosso querido técnico, que colocou TODA a culpa no juiz. Aquilo não seria pênalti nem aqui nem na China, mas um time que disputa título e/ou vaga na Liberta não pode se dar ao luxo de perder um jogo desses.
Já chega de deixar pontos bobos pelo caminho. Vencer pequenos e perder dos grandes ou ganhar dos grandes e ser derrotado pelos pequenos dá no mesmo. Três pontos são três pontos.

E digo mais. Se tivéssemos um time ralé acharíamos essa derrota um resultado qualquer. Mas sabemos do potencial do Botafogo. Só falta o Botafogo demonstrar isso.

Postar um comentário