Decidi sair da minha zona de conforto das férias futebolísticas, na qual eu não tenho que comentar jogo algum e nem expor meus pontos de vista, e pulei na zona de conflito, tocando logo em um assunto polêmico: paranóia.
“Não dá pra explicar, só vai entender, o que é ganhar, quem não cansou de perder”. Esse é um trecho de uma musica chamada “Cão Guia”, do grupo Móveis Coloniais de Acaju. Escolhi esse trecho específico para ilustrar o desespero que nós torcedores botafoguenses (alguns mais que os outros, com certeza), estamos passando nesses últimos anos.
O Botafogo não ganha um título nacional fazem 16 anos (2012 ainda não começou para o futebol). Não ganhamos um título internacional fazem 18. Mundial então, nem vimos a cor. Ídolos, que são a especialidade do glorioso, só vimos um desde Túlio Maravilha: Loco Abreu. Mas é claro que nenhum desses dados é novo para a gente, já que a mídia esportiva faz questão de nos relembrar a cada chamada sobre o Brasileirão.
Ansiedade é algo normal, principalmente quando a situação envolve uma paixão, como o futebol. Em um clube como o Botafogo, envolto em superstições e tabus, isso se multiplica. Mas parece que em algum momento, nessa última década, essa angústia alcançou uma proporção gigantesca, chegando a outro nível que lá no início do texto eu denominei de paranóia.
Um lance duvidoso acontece no nosso jogo e o Botafogo saiu prejudicado. Quase que por lógica matemática, chegamos à conclusão que fomos roubados. O Botafogo contrata um jogador desconhecido. Obviamente ele deve ser péssimo. Quando perdemos em uma contratação difícil, a culpa foi da diretoria que não investiu bem, foi covarde na negociação.
Em suma: grande parte de nós se tornou torcedores complexados. Vemos conspirações onde não existem, prevemos derrotas antes do campeonato começar, não confiamos no nosso próprio clube, mas cobramos que os jogadores façam isso por nós. Claro que os últimos anos não foram fáceis para gente: um tri vice no carioca, vergonha naquela eliminação para o River Plate, perda de vagas certas para a Libertadores... tudo isso foi traumático. Perdemos tanto nesse meio tempo que, de alguma forma, desaprendemos a vencer.
O mais interessante é que a memória seletiva do torcedor de futebol ainda agrava esse caso. Muita gente critica o time atual do Botafogo, mas não lembra que em 2007 apresentávamos Luis Mario como grande reforço. Em 2009 lutamos contra o rebaixamento. No primeiro ano do Engenhão, a torcida não comparecia, e o estádio ficou sendo chamado de “vazião”. A nossa categoria de base nem disputava títulos. Só falar em CT era sonhar demais. Agora que nos lembramos disso, será que os problemas de hoje são tão graves assim?
Não nego que ainda tenhamos graves dentro de campo e fora dele. O planejamento para 2011 não foi feito corretamente, na minha opinião, desde a escolha do técnico até a venda do Cortês. E claro que, para cada mínimo erro do Botafogo, há um jornalista armado com uma lupa e bastante má fé. Mas daí a virarmos torcedores encrenqueiros que só sabem reclamar e perseguir jogador...é outra historia. Historia essa que não combina em nada com a linda história do Botafogo, repleta de ídolos, títulos e de uma torcedores maravilhosos.
Vou voltar pro resto das minhas férias, que não vão durar muito, porque o Carioca vem aí. Só escrevi isso aqui para ver se encontro uma galera mais animada no Engenhão no próximo jogo. Porque, sinceramente, está se tornando meio chato discutir futebol com alguns botafoguenses corneteiros.
@luklab
“Não dá pra explicar, só vai entender, o que é ganhar, quem não cansou de perder”. Esse é um trecho de uma musica chamada “Cão Guia”, do grupo Móveis Coloniais de Acaju. Escolhi esse trecho específico para ilustrar o desespero que nós torcedores botafoguenses (alguns mais que os outros, com certeza), estamos passando nesses últimos anos.
O Botafogo não ganha um título nacional fazem 16 anos (2012 ainda não começou para o futebol). Não ganhamos um título internacional fazem 18. Mundial então, nem vimos a cor. Ídolos, que são a especialidade do glorioso, só vimos um desde Túlio Maravilha: Loco Abreu. Mas é claro que nenhum desses dados é novo para a gente, já que a mídia esportiva faz questão de nos relembrar a cada chamada sobre o Brasileirão.
Ansiedade é algo normal, principalmente quando a situação envolve uma paixão, como o futebol. Em um clube como o Botafogo, envolto em superstições e tabus, isso se multiplica. Mas parece que em algum momento, nessa última década, essa angústia alcançou uma proporção gigantesca, chegando a outro nível que lá no início do texto eu denominei de paranóia.
Um lance duvidoso acontece no nosso jogo e o Botafogo saiu prejudicado. Quase que por lógica matemática, chegamos à conclusão que fomos roubados. O Botafogo contrata um jogador desconhecido. Obviamente ele deve ser péssimo. Quando perdemos em uma contratação difícil, a culpa foi da diretoria que não investiu bem, foi covarde na negociação.
Em suma: grande parte de nós se tornou torcedores complexados. Vemos conspirações onde não existem, prevemos derrotas antes do campeonato começar, não confiamos no nosso próprio clube, mas cobramos que os jogadores façam isso por nós. Claro que os últimos anos não foram fáceis para gente: um tri vice no carioca, vergonha naquela eliminação para o River Plate, perda de vagas certas para a Libertadores... tudo isso foi traumático. Perdemos tanto nesse meio tempo que, de alguma forma, desaprendemos a vencer.
O mais interessante é que a memória seletiva do torcedor de futebol ainda agrava esse caso. Muita gente critica o time atual do Botafogo, mas não lembra que em 2007 apresentávamos Luis Mario como grande reforço. Em 2009 lutamos contra o rebaixamento. No primeiro ano do Engenhão, a torcida não comparecia, e o estádio ficou sendo chamado de “vazião”. A nossa categoria de base nem disputava títulos. Só falar em CT era sonhar demais. Agora que nos lembramos disso, será que os problemas de hoje são tão graves assim?
Não nego que ainda tenhamos graves dentro de campo e fora dele. O planejamento para 2011 não foi feito corretamente, na minha opinião, desde a escolha do técnico até a venda do Cortês. E claro que, para cada mínimo erro do Botafogo, há um jornalista armado com uma lupa e bastante má fé. Mas daí a virarmos torcedores encrenqueiros que só sabem reclamar e perseguir jogador...é outra historia. Historia essa que não combina em nada com a linda história do Botafogo, repleta de ídolos, títulos e de uma torcedores maravilhosos.
Vou voltar pro resto das minhas férias, que não vão durar muito, porque o Carioca vem aí. Só escrevi isso aqui para ver se encontro uma galera mais animada no Engenhão no próximo jogo. Porque, sinceramente, está se tornando meio chato discutir futebol com alguns botafoguenses corneteiros.
@luklab
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