Assim que saiu da maternidade, ele já tinha um presente especial à sua espera: o uniforme do time de coração de seu pai. Mesmo que a contragosto da mãe, o pai não hesitou em comprar a roupa. Era uma forma de tentar convencer logo o garoto sobre qual time deveria torcer. Mesmo que, com aquela idade, ele não fizesse a menor ideia do que aquilo significava.
O menino foi crescendo e o pai continuou incentivando-o. Vitória do time? Uniforme no garoto!
A mãe, por sua vez, não gostava muito daquilo. Achava que deveriam esperar o garoto crescer para ele fazer suas próprias escolhas. Mas não tinha jeito. Nada impedia o pai e "cumprir aquela missão".
Por anos, o pai esperou para ir ao estádio com o menino. Assim, logo que fez 4 anos, lá forma os dois acompanhar de perto o time.
No tão esperado dia, os dois saíram de casa com antecedência. O garoto estava bastante animado. Com uma camisa tão longa que tropeçava em seus próprios pés, ele estava radiante ao tremular aquela bandeira.
O pai estava orgulhoso ao ver que suas "investidas" deram certo. Conseguira despertar desde cedo a paixão daquele torcedor. Agora, não tinha mais erro. Ele levaria aquele escudo no peito para sempre.
No estádio, o menino teve seu rosto pintado com as cores do clube e entrou junto com os jogadores. estava eufórico. Mas dentro de campo, a situação era bem diferente. O time jogava mal e era dominado pelo
adversário. Os gols iam saindo com facilidade para a equipe visitante. Um. Dois. Três...
Antes mesmo do fim do jogo, a torcida já abandonava seus lugares e saía do estádio cabisbaixa. O cluve vivia uma época difícil e sem títulos.
Fim de jogo. O pai deu a mão ao menino e se encaminhou a saída. O garoto, mesmo com a derrota, continuava cantarolando e agitando sua bandeira. Foi, então, que o menino percebeu que seu pai estava diferente:
- O que houve, papai? Se machucou? Por que você está chorando?
texto de @mclaramodesto do blog http://letraserelicario.blogspot.com/
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
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