Camisas do Fogão em 12 vezes sem juros.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Davi e Golias

Era uma vez um clássico muito famoso. Botafogo e Vasco iriam se enfrentar pela enésima vez na história, mas como o futebol é mágico, algumas partidas tem aquele gosto de "primeira vez".  Portanto, esse capítulo merece um título especial: "O Golias Botafoguense e o Davi vascaíno". Sem mais delongas, vamos contar essa história.
     Em um dia 7, o Golias Botafoguense estreava sua roupa nova para se livrar daqueles dias turbulentos. O Davi vascaíno, sempre oportunista, provocava o rival
     - Olha, da última vez que você trocou de roupa, acabou passando vergonha hein...
     O Golias Botafoguense ignorou, e começou a treinar para a partida. O Davi vascaíno, confiante, continuou a tagarelar.
      - Mas que casa feia você tem hein? Gramado ruim, nem dá pra jogar direito aqui. Assim vocês nunca vão ganhar nada.
      O Golias Botafoguense continuou calado, concentrado para a partida. Não satisfeito, o Davi vascaíno continuou a listar os motivos de sua felicidade e superioridade:
      - Cara, você sabe que não tem chance de me vencer né? Eu já derrotei muitos gigantes esse ano, o Coritiba, o Avaí...até ganhei do São Paulo lá! Vou usar minhas armas secretas contra você! Meu zagueiro de seleção, minha muralha no gol, meu reizinho...Quem tem um time desses, nem precisa de pedra para te vencer!
      E o Golias Botafoguense se levantou. Sem falar uma palavra, caminhou para dentro da arena. O jogo iria começar.
      Começou o duelo! O gigante enfraquecido contra Davi, o time de pretensa humildade, e possivelmente um futebol vistoso. O pequeno abusado começou a usar suas armas. Tentou uma vez, duas, três. E tomou um gol, dois, e três. O desespero tomou conta de Davi. Mas como, ele se perguntava, como ele não conseguiria derrubar esse gigante? A história estava escrita pra ele! O destino reservava a ele essa vitória. Ele nem precisaria jogar, a vitória viria a qualquer momento. E alguns momentos depois, o que chegou foi o quarto gol. E o fim daquela partida. Daquela luta. E daquela história.
      Na verdade, essa história merece um epílogo. Após a partida, o Davi vascaíno recolhia os cacos, e tentava curar suas feridas. Aquela derrota tinha doído muito. O Golias Botafoguense, inteiro após o combate, se virou para ele, e finalmente começou a falar:
      - Eu poderia ter lhe mostrado que esse jogo não estava ganho para você. Poderia ter listado as minhas glórias. Poderia ter mostrado a você, antes da partida, que eu tinha força suficiente para fazer esse estrago. Poderia ter simplesmente mostrado esse escudo na minha camisa, e você já entenderia o que significa. Mas eu fiquei quieto, e deixei que você visse com seus próprios olhos. Eu sou um Gigante do futebol, a glória me acompanha e a história me idolatra.
      O Davi vascaíno não tinha mais o que dizer. Subitamente, suas palavras foram embora. Ele só conseguia pensar que, se talvez, talvez, tivesse jogado mais, e falado menos, a história poderia ser diferente. Ou simplesmente menos trágica.
      E o Golias Botafoguense, com um sorriso maroto, disse para si mesmo:
      - Rapaz, não é que só 1,93m de altura já faz um estrago desses?

      Moral da história? Não preciso nem dizer, né...



post de @luklab
E-mail Del.ici.ous BlogThis! Technorati Compartilhe no Twitter StumbleUpon Compartilhar no Facebook Promova este post no orkut Share to Google Buzz

1 comentários:

Elena Wesley disse...

Os posts sobre os jogos estão cada vez melhores.

Parabéns ao @luklab

O vasquinho com certeza aprendeu a lição: nunca subestime o Glorioso.

Postar um comentário