Ás 6 da manhã de um sábado, me levantei. Que loucura. Saí cedo, para chegar ali do outro lado da poça, o Rio de Janeiro, o mais cedo possível. O meu destino: General Severiano.
Depois de algum tempo na fila, de aturar algumas falhas de organização, e me assustar com o número de torcedores fiéis que faziam a mesma jornada que eu, comprei a camisa celeste alvinegra, e ganhei o direito de encontrar com o maior ídolo alvinegro da minha geração: Loco Abreu.
Foram mais algumas horas de espera. Horas de calor. De ansiedade. De múltiplas olhadas no relógio (quando ele ia chegar mesmo?). De troca de papo com outros botafoguenses. Como eu queria ter um gravador ali, queria muito registrar a opinião dos meus amigos alvinegros.
Em alguma hora do dia (pois isso fugiu da minha mente totalmente, no momento), o ídolo chegou. Não deu para ver muita coisa, ele entrou cercado por fãs, repórteres, seguranças. Mais apreensão.
E a fila começou a andar. Lentamente. Bem lentamente. E alguns felizardos que estavam à frente na fila desde o começo, já começavam a sair. Camisas pretas, brancas, celestes. Crianças, adultos, senhores. Homens e mulheres. Botafoguenses. Tão diferentes, e ao mesmo tempo tão iguais. Todos tinham o mesmo sorriso no rosto.
Finalmente! Já estava perto do ídolo. Tão simples, sentando em uma cadeira, distribuindo fotos, autógrafos, e simpatia. E as pessoas demoravam a sair. Cada uma tinha seu momento especial do dia, claro, e queria aproveitá-lo! Enquanto isso, eu ensaiava as minhas ações para quando chegasse a minha vez.
E essa chegou. Acho que alguém falou “próximo”. Pedi para ele autografar minha novíssima camisa celeste. Ele autografou de boa vontade. Pedi para tirar uma foto. Ele aceitou, sem problema.
E assim, acabaria o meu momento. Loco Abreu já estava autografando a camisa de uma senhora que vinha atrás de mim. Era hora de ir. Mas eu queria perguntar tanta coisa a ele. Ele iria continuar no Botafogo até o fim da carreira? O que motivou sua decisão de colocar o símbolo mais lindo do mundo na sua camisa azul? Ele teve a idéia de fazer aquela braçadeira personalizada, ou foi o marketing do clube? Queria saber como era ser idolatrado por uma torcida tão bonita e fantástica como a do Botafogo. Como lidar com isso?
Então, eu falei:
- Loco Abreu!
E ele parou de autografar, olhando para mim, sem entender muita coisa.
- Obrigado – e estendi a mão para ele, em forma de cumprimento.
Foi tudo em que eu pensei no momento. Precisava agradecer a ele por aquele breve momento. Precisava agradecer por ele ser um craque como jogador, e como pessoa. Precisava agradecer por ele ter me ensinado o quanto o futebol pode ser loucamente divertido.
Ele me cumprimentou, sorriu, e fez que sim com a cabeça.
E eu fui embora. Não tive muito tempo de conversar com o nosso ídolo. Ou, mais que isso. Nossa lenda. Mas eu ganhei um autógrafo, uma foto, e um aperto de mão. É o suficiente.
Hoje era o fim do mundo, né? Que nada.
Hoje é dia de Loco Abreu
post de @luklab
domingo, 22 de maio de 2011
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2 comentários:
Muito bem definada sua narração desse dia! Comigo foi assim também. Acordei 7hs e partí de Irajá pra Botafogo. e olha que cheguei cedo lá hein... Cheguei e disse: Beleza Loco? (apertando sua mão)
Respondeu: Beleza! (rsrs)
Pedí que autografasse meu boné. Tiramos ma foto e me despedí com mais um aperto de mão dizendo: Valeu Loco! Valeu msm!
Ele: Obrigado!
Parece ser uma cara simples e até tímido. Vai ficar na memória...
concordo o loco é fera,simples e gente boa! esse momento para muitas pessoas como o luklab e voce do botafogo em fotos vai ficar para sempre
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